Retrato rápido dos dias

Faz tanto tempo que eu não escrevo só por escrever... No início do blog tinha sempre vários textos, escritos por que eu queria escrever. Ou porque precisava colocar pensamentos em palavras e deixá-los em ordem. Ou desabafar.

Sinto falta disso agora. Sinto mesmo, como se eu tivesse deixado para trás algo importante. Um hábito que não fazia mal. É que, não sei explicar, acho que minha vida mudou um pouco. Ou só eu. Ou todo mundo. Foi como se, alguns meses atrás, tudo tivesse uma perspectiva diferente. Como se alguém tivesse chacoalhado o mundo e agora as coisas estivessem na ordem certa. Ou alguém pinto uma paisagem diferente e tudo ficou mais... brilhante? Nítido?

É estranho isso, e nem estou apaixonada. Quero dizer, acho que me apaixonei pelos dias. Todos os dias, as expectativas e as certezas. Sei que parece bobo ou clichê, mas é tão legal começar um dia novo. É tão incerto que você só pode torcer para que siga uma meia rotina e que haja um bocado de surpresas. Estou gostando disso. Antes, eu odiava essas surpresas, eu me sentia tão pequena e tímida diante delas que parecia mais um monstro. Ainda sou pequena e tímida, mas não odeio mais surpresas. Aprendi a esperar por elas.

Hoje, apesar disso tudo, estou meio preguiçosa. Nem feliz, nem triste. O céu está nublado demais, nem mesmo um pouquinho do sol resolveu dar as caras. Está frio, como eu gosto, só que não consigo me esquentar o suficiente. Preciso de mais um casaco. Acho que vou escrever agora, ou dar continuidade a leitura parada de Cidades de Papel. Ainda não consegui captar a essência da história, e isso me desanima.

Como uma garota com humor bem instável, já fiquei feliz, só por escutar The Call, da Regina Spektor. <3 Como estão se sentindo hoje?