Organização e introdução: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Páginas: 272
"A série Percy Jackson e os olimpianos conquistou milhões de fãs mundo afora. E engana-se quem pensa que só crianças e adolescentes foram inspirados pelos livros de Rick Riordan. Muitos adultos também se encantaram pelas aventuras, conflitos e angústias de Percy e seus amigos. Prova disso é Semideuses e monstros, uma coleção de ensaios que explora o universo da série com humor, leveza e boas doses de mitologia e história.
Com prefácio do próprio Riordan, que também participou da edição e organização dos textos originais, em Semideuses e monstros o leitor descobrirá como reconhecermonstros que espreitam ao nosso redor, quais são as dores e as delícias de ser uma caçadora de Ártemis, qual deus do Olimpo melhor se sairia no papel de pai e, mais importante: verá que os deuses gregos, assim como nós, são repletos de falhas e imperfeições o que os torna ainda mais irresistíveis." - Retirado do Skoob.
Não me lembro de ter lido ou tido contato com outra obra que segue o mesmo estilo, portanto, foi minha iniciação no mundo da literatura analítica (se é que isso existe, pelo menos ficou um termo "usável"). O livro começou muito bem, a introdução feita por Riordan trouxe à tona seu estilo honesto e divertido de escrita. Devo dizer que ficaria feliz se Semideuses e monstros fosse todo escrito por ele; mas então a graça toda acabaria, por que de modo algum que ele analisaria sua própria história com o mesmo olhar concedido pelos outros autores.
Dentre as 15 análises compiladas, falarei apenas sobre meus quatro favoritos. O primeiro, e o mais favorito de todos (se assim possível) foi "Dionisio: Quem o deixou administrar um acampamento?", da autora Ellen Steiber. Eu não sou exatamente fã de Dioniso - não gosto e não odeio - mas, se houvessem outros livros da série para ler (agora que acabou, mimimi), eu com certeza teria um olhar diferente sobre ele. A autora conseguiu explorá-lo em seu máximo, e a abordagem feita sobre a loucura e alguns mitos gregos que a envolviam... eu fiquei "de cara" - porque esta é uma expressão muito boa para representar minha reação ao terminar o "conto" (eu não sei como chamar isso).
Outro da lista é Mais maus, impossível, da autora Hilary Wagner, onde aborda a história de Hades e Nico, analisando suas ações e as relacionando com o seu passado. É muito interessante, porque, quando os dois personagens estão em cena, você pensa apenas naquele momento, nas suas reações momentâneas - mas não é bem isso. Tudo o que fazemos ou pensamos é porque existe um longo histórico que nos segue na vida, e isso se aplica também a personagens. (No caso de Hades, a figuras mitológicas também.) Wagner expõe detalhes em que, pelo menos eu, nunca teria arriscado pensar ou refletir sobre. É como se estivesse lendo os personagens pela segunda vez, só que com uma nova perspectiva. Ler Semideuses e Monstros fez isso comigo.
"Nem mesmo os deuses são perfeitos", de Elizabeth E. Wein: outro que merece grande destaque. Aqui, o tema é as deficiências usadas na ficção - e não apenas em Percy Jackson! É claro que nosso querido semideus é o foco principal (isso me lembrou das aulas de física - preciso estudar), mas isso não significa que Wein não explore outros exemplos
E por último, "Olhos congelados", por Kathi Appelt - que me fascinou logo pelo início de sua análise, com uma narrativa divertida e íntima. Suas reflexões sobre as profecias em Percy Jackson não foram as melhores - embora muito boas - e o que realmente me conquistou foram os detalhes do Oráculo original comparados aos do Oráculo dos livros (e não estamos falando de Rachel Elizabeth Dare). Porque a múmia no sótão ficava em um banquinho com apenas três pernas? (Eu achei estranho esse detalhe na história de Ladrão de Raios, parecia levemente deslocado.) Porque o Oráculo sentava-se em "seu estranho poleiro em forma de tripé" (pág. 192)! Não foi algo saído do nada, uma ideia aleatório - eu espero que não, pois coincidência dificilmente seria.
Admito que o livro foi melhor do que previam minhas expectativas, mas mesmo assim, passaria longe do prêmio de Melhor Livro do Ano. Mas, apenas pelo que nos é passado nas quatro análises que citei (as melhores na minha humilde opinião), o livro todo vale a pena. :)
xoxo, Nat
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