24/02/2013

[Sala de cinema] Meu namorado é um zumbi

Não estava nos meus planos assistir um filme de zumbis, é sério. O planejado era para assistir a sessão de João e Maria - Caçadores de Bruxas, mas por um motivo que eu ainda não descobri, de manhã descobri que íamos assistir algo sobre zumbis.

Com a minha previsão que zumbis seriam do mal e que o filme seria assustador, fui do mesmo jeito e assisti (mas só depois que a moça que vendia os ingressos viu a minha identidade; ela não acreditou quando eu disse que tinha 14 anos!).



Título original: Warm Boodies
Baseado no livro: Sangue Quente, de Isaac Marion

Sinopse: R., um dos inúmeros zumbis existentes após um desastre de proporções apocalípticas, conhece Julie (uma humana) em uma de suas caçadas por alimento com seus companheiros zumbis. Julie consegue escapar, mas R devora o cérebro de seu namorado e, inesperadamente, absorve suas lembranças. R se apaixona por Julie e, juntos, eles lutam contra o mundo para provar que o amor sobrevive a qualquer barreira e que pode existir uma cura para o mal do coração da humanidade.

Direção:
Jonathan Levine



Eu admito, o começo foi muito chato, do tipo lenga-lenga. Nós vemos o zumbi, que é apelidado de R, divagando em monólogos extremamente repetitivos, no aeroporto, onde "vive" (esse foi o ponto alto da minha vida irônica! Hahahaha). Bem, os zumbis "vivem" (não no sentido real da palavra, como deu pra perceber) no aeroporto vagando, e vez ou outra esbarram com o que eles chamam de "esqueléticos" - coisinhas bem feias que me parecem uma mistura dos etês de Sinais e os dementadores de Harry Potter - e que comem os corações que batem. 

De vez em quando os zumbis saem por aí para comer pessoas, e numa dessas voltinhas pela cidade vazia, eles encontram com um grupo de humanos. 

Os humanos que não se tornaram zumbis vivem numa espécie de cidade rodeada por uma muralha muito alta, e saem em patrulhas para buscar remédios, mantimentos, e coisas do gênero para levar à resistência (palavra da época de Deltora Quest). E quando estão numa farmácia, são surpreendidos pelos zumbis. A maioria dos humanos é morto, com exceção de Julie, filha do General Grigio, que comanda a resistência e sua melhor amiga Nora. 


Mas a boa sorte de Julie termina aí. Depois de ter seu namorado, Perry, morto por R, o zumbi a leva para o aeroporto. Pois, quando um zumbi come o cérebro de um humano (essa cena é bem nojenta), ele tem acesso à suas memórias. Como R digeriu literalmente as lembranças de Perry, ele acaba se apaixonando por Julie.

A partir desse momento, tudo se torna mais interessante. É engraçado ver R tentando se aproximar de Julie, pois ele sente que, com ela, ele pode se sentir mais humano. E é verdade. R vai mudando, devagar, se parecendo mais "vivo". Dá pra notar bem fácil: enquanto no início do filme ele só dizia umas duas palavras, em seguida R vai formulando frases para se comunicar com Julie.

O filme também tem um quê de crítica social, quando todos acham que os zumbis são só mortos-vivos e que são do mal, mesmo quando eles estão tentando mudar. O romance não foi do tipo paixão-à-primeira-vista, é claro, pois Julie tem medo de R. Mas mostra o lado de ganhar a confiança, compreender o outro sem preconceitos. Mas é muito fofo ver os dois juntos. 


Também tem várias cenas engraçadas e irônicas (muito diferente do terror que eu esperava), pois não é como muita gente comenta, que parece algo do tipo Crepúsculo, o tal amor proibido. Tem esse lado também, mas não é o enfoque, como o título sugere. Em inglês é Warm Boodie, "Sangue Quente" - vê se pode!

No fim: eu gostei. Foi muito legal, irônico, com uma crítica à sociedade mais forte, uma trilha sonora bem elaborada e uma mensagem para o final. As pessoas podem mudar. Mas ela precisam querer mudar.

Trailer legendado:

Sangue Quente
Livro que originou o filme

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