08/08/2015

{Resenha} Não pare!, FML Pepper

Ao pegar emprestado com uma amiga o livro Não Pare!, minhas expectativas eram altas. Eu já começava a imaginar os rumos que poderia tomar a tão sensacionalista sinopse dentro do livro. A tal amiga comentou que não tinha gostado tanto do livro quanto achou que gostaria, e como temos o gosto parecido, coloquei o primeiro pé atrás. O primeiro de vários.

NÃO PARE! | FML Pepper | Editora Valentina | 280 páginas
"Nina Scott não suportava mais a vida nômade e solitária que sua mãe, Stela, a obrigava a ter. Mudar de cidade ou de país a cada piscar de olhos, conviver com tantas perguntas que a consumiam, assombrada por mistérios de um passado guardado a sete chaves. Quando Stela decide ficar em Nova York, Nina acredita que seu sonho de ter uma vida normal vai se tornar realidade. Mas o “normal” está muito longe da vida de Nina: perdida no olho de um furacão de mortes e inexplicáveis acidentes, Nina começa a desconfiar da própria sanidade mental, de tudo e de todos. O que explicaria os paralisantes calafrios, a perda de visão e de memória que experimentava sempre que alguém morria ao seu redor?"

Então, não. Nada do que eu esperava. Foi uma leitura rápido e com bastante ação, e por isso eu pretendo continuar a ler a trilogia... mas foi só. Começando por uma protagonista histérica. Porque a menina só sabia choramingar e choramingar, e de vez em quando abrir o berreiro. Entendo que a situação dela é delicada e que é literalmente um turbilhão de coisas em sua mente... mas não justifica!

Sem falar em sua teimosia cega ao achar que a sua "Morte" está apaixonada por ela. O cara repente o tempo todo que NÃO tem sentimentos, porém, mesmo assim, nossa heroína assume seu alter ego de sonsa e finge que o "amor da sua vida" vai ficar com ela. Ledo engano. Menina, ACORDA. Deu vontade de estapear ela uma dezena de vezes ao longo da história, e olha que eu costumo ser uma leitora comedida.

Outro ponto que me incomodou muito: a bagunça dos fatos. Havia momentos em que os personagens ficavam repetindo diálogos anteriores (damos um desconto porque Nina Scott se recusava a acreditar nas pessoas, o que as fazia explicar a situação toda mais de uma vez). E em outros momentos a autora simplesmente despejava um boca do informações que poderiam ser muito úteis para o restante do livro, se elas não fosse deixadas de lado. Isso mesmo. Como que aulas de química sem nunca fazer experiências no laboratório: serve apenas para encher nossas cabeças com coisas sem sentido.

E vamos combinar que a história pareceu escrita aos trancos e barrancos. Do nada uma situação inteira mudava sem grandes explicações e passava para um nível completamente diferente. Situações sem motivo, passagem por lugares inúteis... Foram para a Tunísia, chegaram lá e já foram embora. E daí?! Que diabos eles foram fazer lá? E porque não fizeram nada?

Isso porque o início do livro me pareceu completamente irreal: a personagem nunca tinha feito amigos, mas umas duas semanas depois de começar as aulas em Nova York, já tinha uma melhor amiga para quem contava tudo e dividia segredinhos como menininha de sétima série. Qual é! Até cinco minutos atrás ela era antissocial ao extremo. E logo nas primeiras páginas já tem três garotos correndo atrás dela! Isso só existe em livro mesmo, porque, por favor! Sem falar que o livro acabou e não deu pra saber o que aconteceu com os outros personagens. E a mitologia, de grande potencial, mas que teve furos em muitos pontos. Informações básicas são dadas, mas nenhum aprofundamento é feito. Foram inciados muitos conflitos ao transcorrer da trama, mas o mínimo deles foi concluído. Alguns sequer foram relembrados - como a tal história da profecia, que foi mencionada como algo incrível e, novamente, colocado para escanteio.

Entendo que este é somente o primeiro livro, e que há ainda outros dois para desfazer a grande confusão, mas isso significa que provavelmente não existirão grandes reviravoltas nos próximos volumes: eles se centrarão em resolver os conflitos do precursor. Tenho grandes chances de estar errada, mas, baseada nesta leitura, tenho minhas dúvidas.

Um livro que acompanha os novos ares da literatura brasileira, entrando para a lista de ficção nacional, mas que, para mim, deixou a desejar em vários aspectos, infelizmente. Talvez eu o tivesse apreciado mais quando mais nova, mas agora não - não que eu seja a pessoa mais culta do mundo, não, mas meu gosto literário não é mais o mesmo de que quatro ou cinco anos atrás.

Se você já leu ou pretende ler Não pare!, comente aí o que achou da resenha! :)

xoxo, Nat

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