11/04/2013

[Escrivaninha] Uma carta para alguém



Olá para você que está lendo isso,

Não sei qual é o seu nome, não faço ideia se me conhece ou não, qual a idade, ou gosto musical. Você  está passeando gratuitamente pelo meu pequeno mundo, este apartamento que eu criei para ser só meu, embora tenha gente me visitando o tempo todo. Mas, veja bem, "visitando" não é o mesmo que "conversando comigo", ou seja: alguém que vê minhas atualizações não necessariamente lê o que eu escrevo. Então, você que está lendo, considere-se um amigo, e não um visitante.

Voltamos à carta (e me livrando momentaneamente dessa mania de divagar). Olá para você que está lendo isso, e desculpe por escrever um parágrafo completamente sem noção e inútil. Mas, sério, hoje estou a fim de escrever para alguém. E vou compartilhar uma pequena coisa (muita gente vai achar idiota, mas tanto faz): meu sonho é receber uma carta.

Explico: quase todos os dias, o carteiro do Sedex para aqui na frente de casa e lota a caixinha do correio com contas e coisas do banco que tem tanto sentido para mim quando geometria. Enquanto estou lavando a louça (minha função básica), às vezes eu sei quando o carteiro vai passar, mas nunca fico esperando. Nunca tem algo para mim.

Sempre quis receber uma carta. Sabe, daquelas de filmes, escrita com uma caligrafia bonita e pessoal, que contém notícias mais importantes do que as que são passadas diariamente no Facebook. Sabe, dizendo algo do tipo: "me lembrei de você esses dias, como está?" Coisas simples, não estou pedindo uma declaração de amor ou um prêmio de loteria. Mas algo escrito, que tem mais importância que um recado simples. Quero receber um envelope branco, um um selinho colado. Com um nome que eu não escutava fazia muuuuito tempo me chamando para conversar. Através de cartas.

Papel, mesmo. Nada de e-mails ou folhas digitadas. À mão, seja a caligrafia feia, rabiscada ou simples. Não estou pedindo muito. Apenas me escreva. Pois eu vou me lembrar de você, que me escreveu quando eu pedi, quando eu queria somente abrir o envelope e ler o que estava na folha. Uma folha qualquer, aliás. Pode ser do seu caderno de matemática, história, português, inglês. Pode ser do bloco de notas da cozinha. Mas não vá me mandar uma folha timbrada, pelo amor de Deus! Eu mando ela de volta com uma praga muito bem escrita.

E, bem, você pode me escrever qualquer coisa. Sobre a escola. Sobre seus amores. Sobre as músicas que ouve. Sobre seus livros na estante. Sobre sua última receita desastrosa. Sobre o futuro do país, do mundo, do jogo, do personagem, do filme. Escreva, conte uma história, diga o que você pensa sobre mim (se me vier maldade, vou mandar a folha de volta com duas pragas e mais um monte de xingamentos, acredite). Estou aceitando quase tudo.

E, só para ajudar, estou escrevendo primeiro. Dando o exemplo. Esta carta, você que está lendo, é o que eu escrevo para você. Me escreva de volta. Me mande um envelope com uma folha escrita à mão dentro. E, me avise. Porque da próxima vez que o carteiro passar, estarei esperando sua carta.





P.S.-- Não sei o seu nome... Mas se você comentar neste post eu vou saber ^^

3 comentários:

  1. Achei o seu blog nos comentários de um post de outro blog e vim dar uma olhada, estou procurando alguns para seguir... Gostei muito do seu texto, sério, me identifiquei com as tuas palavras e dá pra sentir que tu tá falando com a pessoa que tá lendo mesmo :}
    E também sonho em receber uma carta escrita à mão, deve ser muito mágico haha

    brokenbelief.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  2. E por ironia do tempo, aquele "(...) parágrafo completamente sem noção e inútil (...)" não me pareceu tão inútil assim ;) continue com essas divagações pequena hobbit, estou observando tudo hahaha - Beijos, Bruno J.K.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Às vezes algumas pessoas estão destinadas a transformar posts em realidade. *-----* Hahahaha

      Beijos!

      Excluir