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01/04/2016

{Resenha} Isla e o final feliz, Stephenie Perkins

ISLA E O FINAL FELIZ | Stephenie Perkins | Instrínseca | 304 páginas | 2015
[skoob - adaptada] Tímida e romântica, Isla tem uma queda pelo introspectivo Josh desde o primeiro ano na SOAP, uma escola americana em Paris. Mas sua timidez nunca permitiu que ela trocasse mais do que uma ou duas palavras com ele, quando muito.Depois de um encontro inesperado em Nova York durante as férias envolvendo sisos retirados e uma quantidade considerável de analgésicos, os dois se aproximam, e o sonho de Isla finalmente se torna realidade. Prestes a se formarem no ensino médio, agora eles terão que enfrentar muitos desafios se quiserem continuar juntos, incluindo dramas familiares, dúvidas quanto ao futuro e a possibilidade cada vez maior de seguirem caminhos diferentes.

Comprei Isla e o final feliz há mais de um mês. Estava envolvida com o resto de leitura de O festim dos corvos, e logo comecei A dança dos dragões com grande entusiasmo... Mas meu ânimo murchou  e acabou pegando poeira no criado-mudo. Então, deixando de lado os receios adquiridos ao ler uma resenha negativa, tirei a nova aquisição da estante. E fui ler.


Em dois tinha acabado. Depois de uma leitura frenética, tenho a sensação de que, apesar de não ser um livro muito grande, a carga emocional é densa e fica nos atormentando durante a leitura. Não de um modo ruim, pois isso faz com que o leitor queira ainda mais saber o que irá acontecer. Conhecendo os livros de Stephenie Perkins, já dá pra estipular o final, mas o desenrolar da história é sempre uma surpresa.

Isla é uma garota muito tímida que sempre teve uma queda por Josh, o artista aparentemente inalcançável. Tive a impressão que o relacionamento deles começou muito rápido, mas todos os momentos juntos são tão fofos e espontâneos que nem dá de reclamar muito. Kurt é uma gracinha, sempre a voz da razão na paixão meio louca de Isla.


O mais interessante é observar as características comuns a Anna, Lola e Isla - as protagonistas dos livros de Perkins, e que fazem uma parte da vida da outra. Ambas são certinhas, apaixonadas mas com algo que atrapalha o possível romance. Tem sua própria obsessão (ou algo próximo a isso): cinema, moda, quadrinhos, respectivamente. Anna tem dentes separados, Lola usa óculos e Isla é baixinha (e ruiva!). Tanto Anna e Isla tem uma relação conturbada com seus irmãos.

Da esquerda pra direita: Anna, Lola e Isla
E também isto: senti muita pena da Hattie, pois, como Isla descobriu no final, sua irmã caçula só queria ser tratada com uma irmã, de igual para igual. Eu sou a irmã mais nova, e, se fosse comigo, duvido que eu não teria o espírito vingativo e ressentido sempre ligado. E Gen, a irmã mais velha, tem tudo para ser uma grande variável na vida de Isla, mas ela só aparece e depois vai embora. Gostaria de ter visto mais relação entre elas - daria muita coisa pra contar.

Stephenie Perkins, como sempre, consegue nos encantar com histórias doces e tempestuosas, com momentos de encher os olhos d'água e fazer nossos corações saírem pela boca. Sem contar a edição linda da Intrínseca - que capa mais amorzinho! *---* Enfim, Isla e o final feliz é uma leitura
prazerosa, embora dê vontade de bater na Isla várias vezes. Mas a gente releva: é por uma boa causa.

21/02/2016

{Resenha} Os 13 Porquês, Jay Asher


OS 13 PORQUÊS | Jay Asher | Editora Ática | 256 páginas | 2009

[Skoob] "Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra um misterioso pacote com várias fitas cassetes. Ele ouve as gravações e se dá conta de que foram feitas por uma colega de classe que cometeu suicídio duas semanas antes. Nas fitas, ela explica que 13 motivos a levaram à decisão de se matar. Clay é um deles. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento."

 Há muito tempo, ouvi falar deste livro em um blog. Não lembro se foi uma resenha, e nem o que ela dizia sobre o livro. O fato é que sua sinopse, sua trama ficou flutuando na minha cabeça, e vez ou outra me vinha à lembrança. Nunca tive a oportunidade de lê-lo, até agora, depois de tirá-lo da estante lotada da biblioteca e trazê-lo para casa.

Não o li de uma única vez, devorando todas as páginas como se minha vida dependesse disso. Eu poderia fazer isso, mas me fazia parar de ler, só para ter tempo de assimilar e compreender o que tinha lido. Se você for ler este livro, recomendo fazer isso. Te dá tempo para aguentar e continuar.

O protagonista é Clay, embora pouco sabemos dele, mesmo ao decorrer da leitura. A protagonista também é Hannah, que através das fitas conta sua história, com emoção, sarcasmo (um humor negro que por vezes é impossível de suportar, já que ele transmite tanto a tristeza quando a dor dela) e culpa. Ou arrependimento. Sua trajetória trança tantos sentimentos que a personalidade dela se torna eles. É difícil ler quando se dá conta disso.

O tema principal é o suicídio, já conhecido pela sinopse. Mas há mais. Mais temas atrelados aos motivos de Hannah: omissão, a forma como o machismo torna garotas objetos, abuso velado, fofocas cruéis, insensibilidade. Eu gostaria de ter esse livro, embora nunca fosse pegá-lo da prateleira e reler minhas passagens favoritas. Não iria acontecer. Teria o livro para emprestá-lo às pessoas. Dizer: "você precisa ler, precisa ouvir o que ele tem a dizer. Todos precisamos." Eu acredito, de alguma forma, que Os 13 Porquês nos fala mais do que está escrito.

Recentemente, li outro livro que aborda o tema do suicídio, Por lugares incríveis (Jennifer Niven, Ed. Seguinte, 2015). Não é possível comparar os livros, de tão distintos que são, embora semelhanças estejam presentes. Tanto Violet Markey quando Clay se sentem culpados por não terem conseguido impedir ou não terem compreendido o quanto o outro precisava de ajuda. Tanto Hannah quando Finch são vítimas do seu passado, embora o sejam de forma diferente. Mas enquanto em Por lugares incríveis trata tanto do romance de Violet e Finch quanto da dor, Os 13 Porquês é infinitamente mais pesado. É o suicídio em forma pura; ele não é o mistério; ele já aconteceu.

Esse fato, aliado à forma inusitada que o autor encontrou de deixar Hannah contar sua própria história, as fitas, torna Os 13 Porquês uma leitura única. Ainda mais pelo fato de que você já desvendou o livro; quando relê-lo, nada mais está escondido. Pode ser até exaustivo enfrentar um livro assim, mas eu digo, com minha opinião de leitora não muito experiente, que vale totalmente a pena.

Nat =^.^= 

12/01/2016

{Resenha} Mosquitolândia, David Arnold

MOSQUITOLÂNDIA | David Arnold | Intrínseca | 352 páginas | 2015
(Skoob) “Meu nome é Mary Iris Malone, e eu não estou nada bem.” Após o inesperado divórcio dos pais, Mim Malone é arrastada de sua casa em Ohio para o árido Mississippi, onde passa a morar com o pai e a madrasta e a ser medicada contra a própria vontade. Porém, antes mesmo de a poeira da mudança baixar, ela descobre que a mãe está doente. Mim foge de sua nova vida e embarca em um ônibus com destino a seu verdadeiro lugar, o lar de sua mãe, e acaba encontrando alguns companheiros de viagem muito interessantes pelo caminho. Quando a jornada de mais de mil quilômetros toma rumos inesperados, ela precisa confrontar os próprios demônios e redefinir seus conceitos de amor, lealdade e sanidade.

Primeira resenha do ano. Primeira leitura do ano. Devo dizer que fiquei feliz de começar com uma leitura espetacular. 

Mary Iris Malone acabou de ser chamada à sala da diretoria da sua escola. Enquanto espera, ela ouve seu pai e sua madrasta falando sobre sua mãe. Que está doente. Nossa heroína então sai da sala, vai até sua casa, rouba pega emprestado as economias de sua madrasta e foge. Um começo promissor, mas que pode tanto acabar em clichê e virar clássico da Sessão da Tarde (não menosprezando, minha infância foi feita de Sessão da Tarde) ou não acabar em clichê e virar um mito entre as estreias literárias estadunidenses. 

Vou deixar adivinharem. NÃO,  não se tornou Sessão da Tarde. E tem tudo para ser um mito.

Nada em Mary Iris Malone é clichê. Considerada louca pelo pai, suas chances de ser uma adolescente "normal" são quase zero. Isso não a impede, é claro, se ser tão envolvente e encantadora como personagem quanto qualquer outra heroína. Mas do que isso, Mim Malone é mais personagem por ser uma exceção na história das mocinhas de livro. Acompanhada de seu novo corte de cabelo, epiglote deslocada, tênis chamativos e a inseparável maquiagem de guerra, ela se torna invencível - em todos os sentidos.

Os que a acompanham em sua viagem até Cleaveland, bem, são tão imprevisíveis e extraordinários quando a própria Mim. Seus Eds e Carls estão lá, assim como sua companheira de fileira Arlene (que tem cheiro de biscoito caseiro), o Homem do Poncho (desgraçado), o Menino de Sombras, sem deixar de mencionar, é claro, Walt e Beck (17C). Mas sem falar demais, porque ninguém deve receber spoiler deste livro. Cada leitor deve desvendar cada página sozinho, com suas próprias convicções no coração. 

"Então fico flutuando em silêncio, observando os toques finais desse luar perfeito, e, em um momento de relevação divina, percebo que desvios não são desprovidos de propósito. São uma passagem segura para um destino, evitando armadilhas pelo caminho." - pág. 136

É um livro irreverente, não clássico, não clichê. Não clichê mesmo. Tudo nele te faz respirar com mais intensidade e te faz sentir uma espécie estranha de companheirismo, como saber que não está sozinho neste mundo e que todos somos loucos, embora cada um com sua própria loucura. Nenhuma menos importante e cada qual com seus altos e baixos. Temos almas grandes e ansiamos por mais intensidade, mais vento nos cabelos e mais noites estraladas na praia. Nem sempre conseguimos admitir tal fato para nós, e nem sempre é preciso. Mary Iris Malone reconhece toda a sua loucura e sua alma grande, e faz com que esse reconhecimento seja mais fácil para os que têm o prazer de conhecê-la. 

(Sem falar nos quotes incríveis. Voltei a colecioná-los só por causa desse livro.)

"Mas essa é a essência da mudança, não é? Quando é gradual, chama-se crescimento; quando é rápida, mudança. E, meu Deus, como as coisas mudam: algumas coisas, nada, outras coisas, tudo... Todas as coisas mudam." - pág. 235

30/09/2015

{Resenha} Serena, Ian McEwan

 
SERENA | Ian McEwan | Companhia das Letras | 384 páginas 
(Skoob - adpatada) "Ao ser contratada pelo MI5, o Serviço Secreto Britânico, a protagonista Serena se vê como participante de uma mentira cujo objetivo é fomentar a criação de uma ficção. Isso porque ela é incumbida de estabelecer contato com um escritor a quem não pode contar que é uma espiã. Mas o contexto de toda essa armação é uma guerra muito real, num período bastante violento da história da Inglaterra, especialmente por causa da atividade do IRA. E, para Serena, o caso envolve ainda sua vida pessoal, tanto no que se refere a seu antigo amante quanto no que se refere ao escritor que é vítima do ardil, por quem acaba se apaixonando. Ela é, portanto, agente e vítima, personagem e criadora, num romance em que todos esses papéis são questionados com fervor. "

Comecei este livro como tantos outros: uma escolha ao acaso nas estantes repletas da biblioteca. Como sempre, havia aquela expectativa batendo lá no fundo, em algum lugar; tratei de acalmá-la e segui com a leitura.

E digo: não há nada de especial com o livro. Esta é a sensação predominante no início da leitura, com uma protagonista com um potencial absolutamente grande, mas que se revela tanto quanto ingênua. Porém, uma genuína leitura, que se compara aos personagens de seus próprios romances. Isso dá ao leitor uma impressão inédita de aproximação com a protagonista. É permitido se identificar com o livro ao mesmo tempo em que ocorre a leitura; há reciprocidade durante o processo: obra e leitor se analisam e questionam. Comento que esse é um dos pontos mais fortes presentes no enredo.

E você continua a leitura, porque é isso que (na grande maioria das vezes) é o que se deve fazer. Ir em frente. O ritmo aumenta, tramas começam a se entrelaçar lentamente - porque este é o ritmo do livro. Há pouca ação ao longo de suas quase quatrocentas páginas, o que torna a leitura arrastada. Não monótona, porém agradável, afinal aqui o foco é o suspense que se desenrola nas mãos da heroína ao mesmo tempo que se desenrola nas mãos do observador alheio. Ambos recebem as mesmas informações no mesmo momento.

Confesso que esperava um envolvimento maior no campo de "atualidades" da época, como os ataques do IRA, mas o enfoque maior fica, sim, por conta da sinopse na contracapa. Porém, são claros as referências feitas ao movimento hippie e similares dos anos 60, o que oferece nova perspectiva dos acontecimentos. Ao longo da narrativa, porém, os detalhes vão ficando para trás e nos concentramos em Serena e seus dramas finais. Admito aqui que o jogo político que permeia a história constitui um dos nichos mais envolventes e causticantes. E ele, de certa forma, nos leva ao desfecho da saga.

Não há uma certa palavra que possa descrever o sentimento que surge no final desta leitura. Há algo de decepcionante nele, e há uma sensação composta em grande parte por uma incredulidade sem tamanho, quando se dá conta do que tudo leu. É fácil perceber que o final do livro é o livro todo, sem tirar nem pôr - muitos mistérios que convergem para um único ponto em que o destino dos personagens dá meia volta e segue por outro caminho.

Um livro que não faz parte da minha estante usual, mas que poderia fazer parte muito bem. Uma leitura inteligente e para leitores pacientes - nada de espiar as últimas páginas!


Esta leitura foi feita ainda no início do ano, mas o livro merecia sim uma resenha! 
Espero que aproveitem! =^.^=

05/09/2015

{Resenha} A menina que tinha dons, M. R. Carey

A MENINA QUE TINHA DONS | M. R. Carey | Fábrica 231 (Rocco) | 384 páginas
(Skoob - adaptada) "Cultuado autor de quadrinhos e roteiros da Marvel e da DC Comics, entre eles algumas das mais elogiadas histórias de X-Men e O Quarteto Fantástico, o britânico M. R. Carey apresenta uma trama original e emocionante em sua estreia como romancista com A menina que tinha dons, lançamento do selo Fábrica231. Aclamado pela crítica, o livro se tornou um bestseller imediato na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos ao contar a história de Melanie, uma menina superdotada que faz parte de um grupo de crianças portadoras de um fungo que se espalhou pela Terra e que são a única esperança de reverter os efeitos dessa terrível praga sobre a humanidade. Uma comovente história sobre amor, perda e companheirismo encenada num futuro distópico."

Uma das leituras mais surpreendentes do ano. O livro começa com as expectativas no céu e não decepciona em nenhum momento. Tem um claro estilo que lembra filme, com foco na ação e nos momentos de clímax que a antecedem; culpa do autor, roteirista bem conceituado de filmes de ficção de ponta. A edição do livro, capa simples porém que atrai por suas cores fortes, acumula mais pontos ainda.

Personagens bem desenvolvidos e com características fortes, que de início afastam uns dos outros, mas que acabam por formar ligações marcantes entre os mesmos. Melanie como um monstro prodígio, o perigo concentrado na forma de uma pequena criança aparentemente inocente. Os outros refletem apenas o medo e a esperança em diferentes níveis ao longo de sua viagem por uma terra supostamente devastada.

A grande sacada do enredo se resume em dois pontos: o fato de que o "fim do mundo" não é causado por um vírus, mas sim por um fungo, e pelo fato de que há uma quantidade considerável de explicações com fundo biológico para justificar o primeiro item.

Os parágrafos explicativos nem sempre são de todos claro e é necessário ter um conhecimento mínimo sobre fungos para entender com maior clareza, mas não é um grande quebra-cabeça entender o que se passa no organismo que "escravizou" a raça humana.

Todas as informações científicas fornecidas apenas auxiliam a compreender porque tais situações acontecem e porque outras mais ocorrerão. Algo que fez grande diferença ao longo da história e que fez com que o livro se destacasse  entre tantos outros que apenas que jogam o leitor em um novo cenário e "ele que tente se entender ali". Um avanço para a ficção literária, e que outros sigam seu exemplo.

08/08/2015

{Resenha} Não pare!, FML Pepper

Ao pegar emprestado com uma amiga o livro Não Pare!, minhas expectativas eram altas. Eu já começava a imaginar os rumos que poderia tomar a tão sensacionalista sinopse dentro do livro. A tal amiga comentou que não tinha gostado tanto do livro quanto achou que gostaria, e como temos o gosto parecido, coloquei o primeiro pé atrás. O primeiro de vários.

NÃO PARE! | FML Pepper | Editora Valentina | 280 páginas
"Nina Scott não suportava mais a vida nômade e solitária que sua mãe, Stela, a obrigava a ter. Mudar de cidade ou de país a cada piscar de olhos, conviver com tantas perguntas que a consumiam, assombrada por mistérios de um passado guardado a sete chaves. Quando Stela decide ficar em Nova York, Nina acredita que seu sonho de ter uma vida normal vai se tornar realidade. Mas o “normal” está muito longe da vida de Nina: perdida no olho de um furacão de mortes e inexplicáveis acidentes, Nina começa a desconfiar da própria sanidade mental, de tudo e de todos. O que explicaria os paralisantes calafrios, a perda de visão e de memória que experimentava sempre que alguém morria ao seu redor?"

Então, não. Nada do que eu esperava. Foi uma leitura rápido e com bastante ação, e por isso eu pretendo continuar a ler a trilogia... mas foi só. Começando por uma protagonista histérica. Porque a menina só sabia choramingar e choramingar, e de vez em quando abrir o berreiro. Entendo que a situação dela é delicada e que é literalmente um turbilhão de coisas em sua mente... mas não justifica!

Sem falar em sua teimosia cega ao achar que a sua "Morte" está apaixonada por ela. O cara repente o tempo todo que NÃO tem sentimentos, porém, mesmo assim, nossa heroína assume seu alter ego de sonsa e finge que o "amor da sua vida" vai ficar com ela. Ledo engano. Menina, ACORDA. Deu vontade de estapear ela uma dezena de vezes ao longo da história, e olha que eu costumo ser uma leitora comedida.

Outro ponto que me incomodou muito: a bagunça dos fatos. Havia momentos em que os personagens ficavam repetindo diálogos anteriores (damos um desconto porque Nina Scott se recusava a acreditar nas pessoas, o que as fazia explicar a situação toda mais de uma vez). E em outros momentos a autora simplesmente despejava um boca do informações que poderiam ser muito úteis para o restante do livro, se elas não fosse deixadas de lado. Isso mesmo. Como que aulas de química sem nunca fazer experiências no laboratório: serve apenas para encher nossas cabeças com coisas sem sentido.

E vamos combinar que a história pareceu escrita aos trancos e barrancos. Do nada uma situação inteira mudava sem grandes explicações e passava para um nível completamente diferente. Situações sem motivo, passagem por lugares inúteis... Foram para a Tunísia, chegaram lá e já foram embora. E daí?! Que diabos eles foram fazer lá? E porque não fizeram nada?

Isso porque o início do livro me pareceu completamente irreal: a personagem nunca tinha feito amigos, mas umas duas semanas depois de começar as aulas em Nova York, já tinha uma melhor amiga para quem contava tudo e dividia segredinhos como menininha de sétima série. Qual é! Até cinco minutos atrás ela era antissocial ao extremo. E logo nas primeiras páginas já tem três garotos correndo atrás dela! Isso só existe em livro mesmo, porque, por favor! Sem falar que o livro acabou e não deu pra saber o que aconteceu com os outros personagens. E a mitologia, de grande potencial, mas que teve furos em muitos pontos. Informações básicas são dadas, mas nenhum aprofundamento é feito. Foram inciados muitos conflitos ao transcorrer da trama, mas o mínimo deles foi concluído. Alguns sequer foram relembrados - como a tal história da profecia, que foi mencionada como algo incrível e, novamente, colocado para escanteio.

Entendo que este é somente o primeiro livro, e que há ainda outros dois para desfazer a grande confusão, mas isso significa que provavelmente não existirão grandes reviravoltas nos próximos volumes: eles se centrarão em resolver os conflitos do precursor. Tenho grandes chances de estar errada, mas, baseada nesta leitura, tenho minhas dúvidas.

Um livro que acompanha os novos ares da literatura brasileira, entrando para a lista de ficção nacional, mas que, para mim, deixou a desejar em vários aspectos, infelizmente. Talvez eu o tivesse apreciado mais quando mais nova, mas agora não - não que eu seja a pessoa mais culta do mundo, não, mas meu gosto literário não é mais o mesmo de que quatro ou cinco anos atrás.

Se você já leu ou pretende ler Não pare!, comente aí o que achou da resenha! :)

xoxo, Nat

17/05/2015

Desafio Literário 2015: abril

Minha meta para abril era ler um livro do meu autor favorito, e como eu tinha entrado na onda de ler os livros da estante - no caso meus exemplares novíssimos de O Senhor dos Anéis, não hesitei em escolher J. R. R. Tolkien para figurar minha escolha deste mês. Okay que dei uma trapaceada de leve, porque eu de fato já li "As Duas Torres", mas não deixou de ser um desafio terminar o livro em cerca de duas semanas. :P

AS DUAS TORRES | J. R. R. Tolkien | Editora Martins Fontes | 486 páginas
"As Duas Torres", segunda parte de "O Senhor dos Anéis", conta o que sucedeu a cada um dos membros da Sociedade do Anel, depois do rompimento de sua sociedade, até a chegada da grande Escuridão e o início da Guerra do Anel.

Como da primeira que eu li, o segundo volume não foi tão bom quanto o primeiro, talvez porque As Duas Torres é separado em duas partes: a primeira segue o ponto de vista de Aragorn, Legolas, Gimli, Merry e Pippin, contando sobre suas viagens distintas até Rohan e depois Isengard; a segunda parte nos mostra a viagem de Frodo, Sam e Gollum até Mordor. Isso não exatamente me agradou, porque eu prefiro imensamente os capítulos que se passam com a maioria dos membros restantes da Comitiva. Eu me apeguei muito mais à eles; e por muitos momentos a relação entre Gollum e Frodo me irritava profundamente.

Entendo a compaixão de Frodo e seu senso de dever quanto ao seu guia, e este não é o ponto, mas não consegui captar o real motivo por Gollum ser tão bipolar. Ele está ainda sob influência do Um Anel, e isso o divide em ser bom e em ser mal. O ponto que me confunde é: porque ele não escolhe se fingir de bom o tempo todo? Porque é o que ele escolher fazer no fim das contas, mas não fica claro se esse foi seu propósito desde o início. Claro, seu plano inicial era tomar de volta seu precioso, mas porque ele diabos não se decide?

Claro que isso torna a trama mais interessante, descobrir se o lado Gollum ou o lado Sméagol vencerá a disputa psicológica, mas eu bem que queria descobrir motivo de tamanha embromação - desnecessária em certo ponto. Outras coisas poderia terem sido mais desenvolvidas no lugar, como a chegada aos Portões de Mordor. Acho que Tolkien só incluiu aquela cena para dizer que os portões não poderiam ser usados pelos hobbits, mas bem que poderia ter "algo a mais ali" - foi o que eu (fiquei) esperando.

Mas, por esse e por outros motivos, não deixa de ser um livro muito, muito bom. Não tenho um livro ou autor preferido, mas sempre que me pedem acabo citando Tolkien (ou Cornelia Funke). As obras dele eu posso recomendar para qualquer leitor, seja ele iniciante ou experiente, criança ou idoso, amante de romance ou ficção científica. São absolutamente incríveis.

Minha meta de maio é pedir que alguém escolha um livro pra mim: pedi pra minha irmã e ela me largou no colo (não literalmente) O Príncipe, de Maquiavel. A menina entrou agora na faculdade de Direito e vai me fazer entrar na onda também... O jeito agora é ler. ^^

13/03/2015

{Resenha} Semideuses e monstros, Rick Riordan

Livro: Semideuses e Monstros
Organização e introdução: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Páginas: 272

"A série Percy Jackson e os olimpianos conquistou milhões de fãs mundo afora. E engana-se quem pensa que só crianças e adolescentes foram inspirados pelos livros de Rick Riordan. Muitos adultos também se encantaram pelas aventuras, conflitos e angústias de Percy e seus amigos. Prova disso é Semideuses e monstros, uma coleção de ensaios que explora o universo da série com humor, leveza e boas doses de mitologia e história.
Com prefácio do próprio Riordan, que também participou da edição e organização dos textos originais, em Semideuses e monstros o leitor descobrirá como reconhecermonstros que espreitam ao nosso redor, quais são as dores e as delícias de ser uma caçadora de Ártemis, qual deus do Olimpo melhor se sairia no papel de pai e, mais importante: verá que os deuses gregos, assim como nós, são repletos de falhas e imperfeições o que os torna ainda mais irresistíveis." - Retirado do Skoob. 

Devo admitir que não esta empolgada para ler o mais novo volume ligado à série Percy Jackson e os Olimpianos - neste caso, este mesmo livro. Minha primeira decepção, ainda na livraria, foi descobrir que não se tratavam de contos envolvendo os personagens, mas sim de análises feitas por outros autores, que exploravam um pouco mais o novo conceito mitológico empregado pelo autor da saga (carinhosamente conhecido como tio Rick). Por um ou outro motivo, ganhei o livro no amigo secreto no fim do ano (obrigado, Geisi *-*). E sua leitura foi, em alguns pontos, uma surpresa bem agradável.

Não me lembro de ter lido ou tido contato com outra obra que segue o mesmo estilo, portanto, foi minha iniciação no mundo da literatura analítica (se é que isso existe, pelo menos ficou um termo "usável"). O livro começou muito bem, a introdução feita por Riordan trouxe à tona seu estilo honesto e divertido de escrita. Devo dizer que ficaria feliz se Semideuses e monstros fosse todo escrito por ele; mas então a graça toda acabaria, por que de modo algum que ele analisaria sua própria história com o mesmo olhar concedido pelos outros autores.

Dentre as 15 análises compiladas, falarei apenas sobre meus quatro favoritos. O primeiro, e o mais favorito de todos (se assim possível) foi "Dionisio: Quem o deixou administrar um acampamento?", da autora Ellen Steiber. Eu não sou exatamente fã de Dioniso - não gosto e não odeio - mas, se houvessem outros livros da série para ler (agora que acabou, mimimi), eu com certeza teria um olhar diferente sobre ele. A autora conseguiu explorá-lo em seu máximo, e a abordagem feita sobre a loucura e alguns mitos gregos que a envolviam... eu fiquei "de cara" - porque esta é uma expressão muito boa para representar minha reação ao terminar o "conto" (eu não sei como chamar isso).

Outro da lista é Mais maus, impossível, da autora Hilary Wagner, onde aborda a história de Hades e Nico, analisando suas ações e as relacionando com o seu passado. É muito interessante, porque, quando os dois personagens estão em cena, você pensa apenas naquele momento, nas suas reações momentâneas - mas não é bem isso. Tudo o que fazemos ou pensamos é porque existe um longo histórico que nos segue na vida, e isso se aplica também a personagens. (No caso de Hades, a figuras mitológicas também.) Wagner expõe detalhes em que, pelo menos eu, nunca teria arriscado pensar ou refletir sobre. É como se estivesse lendo os personagens pela segunda vez, só que com uma nova perspectiva. Ler Semideuses e Monstros fez isso comigo.

"Nem mesmo os deuses são perfeitos", de Elizabeth E. Wein: outro que merece grande destaque. Aqui, o tema é as deficiências usadas na ficção - e não apenas em Percy Jackson! É claro que nosso querido semideus é o foco principal (isso me lembrou das aulas de física - preciso estudar), mas isso não significa que Wein não explore outros exemplos para exemplificar (exemplos para exemplificar? Sério? Eu realmente escrevi isso?). Eu fiquei embasbacada com a forma como ela expôs a relação da "deficiência" ou problema com o protagonista. São táticas muito usadas por autores, mas nem sempre nos damos conta disso.

E por último, "Olhos congelados", por Kathi Appelt - que me fascinou logo pelo início de sua análise, com uma narrativa divertida e íntima. Suas reflexões sobre as profecias em Percy Jackson não foram as melhores - embora muito boas - e o que realmente me conquistou foram os detalhes do Oráculo original comparados aos do Oráculo dos livros (e não estamos falando de Rachel Elizabeth Dare). Porque a múmia no sótão ficava em um banquinho com apenas três pernas? (Eu achei estranho esse detalhe na história de Ladrão de Raios, parecia levemente deslocado.) Porque o Oráculo sentava-se em "seu estranho poleiro em forma de tripé" (pág. 192)! Não foi algo saído do nada, uma ideia aleatório - eu espero que não, pois coincidência dificilmente seria.

Admito que o livro foi melhor do que previam minhas expectativas, mas mesmo assim, passaria longe do prêmio de Melhor Livro do Ano. Mas, apenas pelo que nos é passado nas quatro análises que citei (as melhores na minha humilde opinião), o livro todo vale a pena. :)

xoxo, Nat

21/02/2015

Desafio Literário 2015: fevereiro

A meta para este mês era ler um livro clássico ou modinha. Eu pensei em tentar terminar 1984, mas era bem capaz de me enrolar (de novo) com a leitura e desistir. Para não correr este risco, decidi que seria mais prático terminar de ler quando estivesse com muita disposição e escolhi Legend para figurar o desafio deste mês.


Livro: Legend
Autora: Marie Lu
Editora: Rocco
Páginas: 255

Desde a época em que foi lançado, eu tenho lido dezenas de resenhas elogiando o livro. Minhas expectativas foram lá em cima... Mas o livro foi deveras decepcionante.

Ao meu ver, foi uma trama meio clichê e sem grandes desenvolvimentos; dava para incluir facilmente umas cem páginas a mais. Tantos pontos ficaram soltos, lacunas mal preenchidas! A história política ficou vaga e superficial, você sabe que os Patriotas são inimigos da República, mas não sabe por quê, desde quando, ou sequer quem são eles. O livro também não explica o que aconteceu para que Los Angeles ficasse são segregada assim.

Eu gostei de Day e June, mas eles ficaram um pouco sem tempero. Eu não sei, os sentimentos deles pareciam meio superficiais, falta um quê de emoção arrebatadora como eu esperei pelas resenhas. O Day foi um pouco covarde algumas vezes, mas também audacioso. June foi a garota forte e decidida que eu estava esperando, pelo menos isso seguiu como planejado. Gostei bastante da atuação de Tess, ela é quem mais tem chances de se desenvolver e ganhar destaque ao longo da trilogia.

A escrita de Marie Lu é simples e envolvente; só por seu modo de escrever é que me obriguei a ler Legend em dois dias. A narrativa não foi aprofundada como em outras distopias e o desenvolvimento da história geral foi breve. Mas espero que a leitura de Prodigy melhor um pouco a minha opinião sobre a trilogia. :)

xoxo, Nat

25/01/2015

{Resenha} Ladrões de Sonhos, Maggie Stiefvater

Livro: Ladrões de Sonhos (A Saga dos Corvos #2)
Autora: Maggie Stiefvater
Editora: Verus
Páginas: 434

Ao lado de Blue, os garotos corvos — o privilegiado Gansey, o torturado Adam, o espectral Noah e o sombrio e perigoso Ronan — continuam sua busca pelo lendário rei galês Glendower. Mas suas explorações enfrentam um duro contratempo conforme segredos, sonhos e pesadelos começam a enfraquecer a linha ley — um canal invisível de energia que conecta lugares sagrados e que pode levá-los até o rei. Será por isso que a floresta mística de Cabeswater sumiu inexplicavelmente? Quem é o misterioso Homem Cinzento e por que ele está procurando o Greywaren, uma relíquia que permite tirar objetos de sonhos? E o que isso tem a ver com o indecifrável Ronan?

Vocês sabem do meu amor incondicional por Maggie Stiefvater, já declarada uma das minhas autoras favoritas e idolatradas. Sou apaixonada pelos livros dela... com exceção deste. E agora: "por quê, Nat, esse livro é ruim?". Não exatamente ruim, eu digo. Mas com uma lista de pontos negativos que ficou espantosamente grande se comparada à das outras obras dela.

O que eu mais senti falta: emoção. Li o livro em quase três dias, mas foi mais por impulso do que por me sentir instigada. Faltou aquele tchan, aquela coisa que te faz grudar nas páginas e só soltar quando já é de madrugada (fiquei lendo até a meia-noite, ontem/hoje. Mais uma resenha). Houve uma carga muito maior de drama do que tem de costume. Não que isto seja ruim, repito, mas com a escrita mais mística e melodiosa dela, ficou uma leitura mais densa, por assim dizer.

Apesar de partes serem narradas por todos os personagens - Blue, Gansey, Ronan e Adam - eles frequentemente aparecem separados, como se eles estivessem fora da órbita do enredo. Não havia, como antes, uma ligação mais papável entre eles; com certas brigas causando distanciamentos, cada um divergiu do outro, chocando-se com outros personagens.

Disso eu não posso reclamar: a construção dos personagens. Maggie os encorpa de um modo incrível, transformando-os em figuras absolutamente reais e mágicas. Cada novo nome que surgia trazia mais mistérios e mais uma personalidade excêntrica e envolvente. Eu queria, a cada página, conhecer mais eles. As novas ligações e laços entre eles foram feitas magnificamente, embora, às vezes, por motivos bizarros.

Também: havia coisas ali dentro que são inexplicáveis, com uma exata falta de lógica que chega a impressionar. Sim, claro, é um livro de fantasia. Eu entendo. Em Os garotos corvos, dá pra seguir um certo raciocínio dos acontecimentos mágicos. Aqui não; são ideias um pouco absurdas, que não entraram na minha cabeça. Eu não conseguia fazer aquilo ter um sentido.

Outro ponto muito negativo: erros de tradução. Eu só posso presumir que seja isso, quando uma pessoa escreve "certa feita" ao invés de "certa vez". E mais alguns erros com relação a conjugação de verbos e pronomes. Acho que seria uma boa ideia revisar o livro, porque, sinceramente, ficou meio feio tantos deslizes assim.

Repito: não é um livro ruim. As maiores críticas foram da minha opinião, que talvez outras pessoas não notem ou não se importem (tirando os erros de impressão, esses são imperdoáveis). O final terminou tão chocante que eu queria correr para a livraria e comprar o outro - pena que ainda não foi lançado. :(

xoxo, Nat

08/01/2015

{Indicando séries} Reign


Desde que comecei a usar o site Filmes Online Grátis, minha busca por séries começou. A primeira que assisti foi A Lenda de Korra, sobre a qual fiz esta resenha aqui - eu planejava resenhar cada temporadas, mas no fim das contas assistia mais rápido do que fazia posts aqui. Depois, vi um episódio e meio de Teen Wolf, que é absolutamente clichê e já no primeiro episódio acaba com a maioria dos mistérios que eu estava esperando. Então comecei a assistir Reign... E pensei que uma coluna só sobre séries aqui no blog seria muito legal.

A série conta a história de Mary Stuart, Rainha da Escócia e seu caminho até o poder, iniciando com sua chegada à França ainda na adolescência e seu noivado com o Príncipe Francis. Acompanhada de suas quatro melhores amigas, Mary precisa sobreviver às intrigas, inimigos e forças obscuras que tomam conta da corte francesa.

Mary & Francis

Logo no primeiro episódio eu gamei na série. E não tem como não gostar. Logo no início, a rainha Catherine de Medici descobre que o casamento com Mary levará seu filho à morte, então ela tenta de tudo para acabar com o noivada. Não que ela seja a grande vilã nesta história, embora seja a principal.

Mary & Sebastian 

Todas as personagens acabaram por me surpreender: Mary como uma rainha preocupada, firme e desafiadora, Francis como o príncipe apaixonado e quem mais dá crédito à Mary, Sebastian (Bash) como o bastardo (muito) lindo e que apoia seu irmão. As damas de companhia, Lola, Greer, Kenna e Aylee, desenrolam cada uma sua própria história, sem ficarem restritas somente à Mary.

Greer, Lola, Mary, Kenna, Aylee

Cada episódio traz um enredo novo e instigante, e que te deixa de boca aberta no fim. É um "jogo dos tronos", só que sem tanta matança e traições - embora ainda existam -, e com muito drama entre as personagens. E com um toque sobrenatural envolvendo um ente que responde por Clarissa - e que dá medinho, sinceramente.

A fotografia e os figurinos são belisíssimos, mas nada me agradou tanto quanto a trilha sonora. A música-tema é de ninguém menos que The Lumineers, uma das minhas bandas favoritas, e que também dá o som ao episódio piloto, incluindo a faixa "Charlie Boy", que já conheço há um tempo. A música folk do grupo combina perfeitamente com o clima de realeza e mistério da série. :)


18/12/2014

{Resenha} A Lenda de Korra - 1° temporada

E eu finalmente achei um site para assistir filmes online em que não precisava atualizar meu player! *dancinha da vitória* Desde que vi Em chamas (que filme maravilhoso gente, merece uma resenha!), acesso o Filmes Online Grátis quase todos os dias em busca de algo para passar o tempo. E não demorou muito tempo para que eu me deparasse com A lenda de Korra.



Quando tinha meus dez anos, eu era viciada em A lenda de Aang, a história de um menino, Aang, que, num mundo em que algumas pessoas podiam dobrar água, ou terra, ou fogo ou ar, ele era o Avatar - aquele que pode dobrar todos os elementos ao mesmo tempo. Essa série foi a alegria da minha infância, e agora A lenda de Korra é uma das felicidades da minha adolescência.

A história da nova Avatar se passa 70 anos depois da história de Aang. Ao contrário do antigo Avatar, Korra é impetuosa, teimosa e inconsequente - além de muito corajosa e de ter certo desprezo pelas autoridades. Ela tem dezessete anos, e após viver desde criança no Pólo Sul, aprendendo as dobras, Korra parte para Republic City para aprender a dobra do Ar com o mestre Tenzin - filho de Aang.

Korra chega à Republic City

O que eu posso dizer? É incrível! Há muito tempo eu não lia e nem assistia nada que me deixasse tão ansiosa pelo próximo capítulo - ou episódio. Há romance (incluindo triângulo amoroso), mistério, aventura e tudo o mais que alguém pode querer em uma série. Quando você chega ao fim da temporada, tudo pode acontecer.

Já no início Korra tem dois grandes problemas a enfrentar: (1) Amon, um mascarado que luta pela igualdade do povo e que acha que isso será resolvido ao extinguir as dobras e (2) o fato de que Korra não consegue dobrar o Ar, pois ela tem a personalidade oposta à personalidade de um dobrador do Ar. Falta-lhe a paciência, e a conexão espiritual - e isso lhe causa grandes problemas. Também poderia contar aqui a pró-dobra, um jogo parecido com uma luta coletiva, mas isso é mais diversão e treinamento do que outra coisa.


Equipe dos Furões de Fogo na arena de pró-dobra

Os personagens são um tanto clichês, mas isso nos dá uma segurança para adorá-los. Bolim é um pequeno espetáculo, e um dos meus preferidos - engraçado e confiante, aquele que não desiste. Mako é o típico galã sofredor. Asami também é incrível - apesar de não ser uma dobradora, é piloto de teste e sabe lutar desde pequena. Lin BeiFong não me inspirou grandes coisas, mas eu sou simpática com Tenzin por aguentar três filhos pequenos e Korra ainda.


Asami, Bolim, Korra, Mako, Tenzin

A lenda de Korra me fez voltar aos tempos de infância, e me encantar novamente com o mundo dos dobradores (se pudesse escolher, eu dobraria a água *-*). A história se desenvolve de maneira rápida e eficiente, nenhum detalhe ou questão é deixado para trás, apesar de serem poucos episódio (cerca de doze ou treze por temporada). Já comecei a assistir a segunda temporada, e ela promete ainda mais!
xoxo, Nat

29/08/2014

{Resenha} As Luzes de Setembro, Carlos Ruiz Záfon

Livro: As Luzes de Setembro
Autor: Carlos Ruiz Záfon
Editora: Suma de Letras
Páginas: 231

Durante o verão de 1937,  Irene se muda com a mãe e o irmão para uma cidadezinha no litoral da Normandia, onde a mãe, Simone, começa a trabalhar como governanta para Lazarus Jann, um fabricante de brinquedos que mora na mansão Cravenmoore com a esposa doente.  Irene fica encantada com a beleza do lugar – os despenhadeiros imensos, o mar e os portos – e por Ismael. Ismael tem um barco, entende tudo sobre navegação e gosta de velejar sozinho, até conhecer Irene... Os dois logo se apaixonam.  Todos estão animados com a nova vida quando acontecimentos macabros e estranhas aparições perturbam a harmonia de Cravenmoore: Hannah é encontrada morta, e uma sombra misteriosa toma conta da propriedade. Irene e Ismael desvendam o segredo da espetacular mansão repleta de seres mecânicos e sombras do passado. 

Meu primeiro contato com a escrita de Záfon foi no ano passado, com a leitura de O príncipe da névoa. Foi uma história intrigante e absolutamente encantadora, e sequer hesitei ao ver o cobiçado As luzes de setembro no Submarino por R$9,90 (quem resiste?).

Devo dizer que o enredo do livro seguiu uma linha próxima do outro, com mesmo estilo de desenvolvimento. Os personagens que formam o casalzinho tinham uma característica em comum e havia um irmão mais novo (antes que era o protagonista e que desta vez ficou em segundo plano). E, eu começo a me perguntar, se Záfon por algum acaso tem um fetiche por fantasmas.

Mas vamos à As luzes de setembro. Uma história que foi escrita para ser infanto-juvenil, mas que atende bem a qualquer idade. Muita fantasia e lendas, mas sem muito exagero. O encanto desta vez é doppelgänger.
"Já ouviu falar em doppelgänger, minha cara? Claro que não. Ninguém mais se interessa por lendas e velhos truques de magia. é um termo de origem germânica  e designa a sombra que se desprende de seu dono e se volta contra ele." (Pág. 194)
E este é o mistério. É dado pouca atenção aos personagens em detalhes, o romance entre Ismael e Irene é fofinho, mas se desenrola de forma rápida - não que seja superficial; há alguns momentos em que situações tensas reforçam o sentimento. A escrita de Záfon é uma graça à parte; suave e envolvente, vai te rodeando com as palavras até que esteja cheio delas, mas ainda insatisfeito. Suas palavras são como doce - o seguinte é sempre melhor.

Porém, mesmo com as belas palavras, o autor ainda consegue criar uma atmosfera sombria e quase assustadora. Fantasmas, marés tortuosas e passeios noturnos em bosques fazem parte da trama. E é isto: há sempre mais pelo que esperar. Mais segredos e mais meios-fins, que nunca terminam.

01/08/2014

{Resenha} Príncipe Mecânico - Cassandra Clare

Livro: Príncipe Mecânico (As Peças Infernais #2)
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 406

Tessa Gray não está sonhando. Nada do que aconteceu desde que saiu de Nova York para Londres — ser sequestrada pelas Irmãs Sombrias, perseguida por um exército mecânico, ser traída pelo próprio irmão e se apaixonar pela pessoa errada — foi fruto de sua imaginação. Mas talvez Tessa Gray, como ela mesma se reconhece, nem sequer exista. O Magistrado garante que ela não passa de uma invenção. Para entender o próprio passado e ter alguma chance de projetar seu futuro, primeiro Tessa precisa entender quem criou Axel Mortmain, também conhecido como Príncipe Mecânico.

Já faz mais de um ano que li o primeiro livro da trilogia, Anjo Mecânico, e, segundo a minha memória meio falha e subjetiva, acho que não tinha gostado muito do livro. Não faço ideia do por que; mas, neste fim de julho eu estava sem absolutamente nada para ler e louca para ler um livro novo, tipo lançamento. Nunca tinha me dado isso, mas enfim, minha amiga Geisi me ofereceu seu exemplar de  Príncipe Mecânico ainda nem lido. E lá vamos nós!

No fim das contas foi isso: cinco estrelinhas mais favorito na classificação do Skoob. Fazia muito tempo que eu não lia algo tão eletrizante, cheio de mistérios, intrigas e magia! Não havia mais personagens sarcásticos, corajosos, heroicos, mocinhos e mocinhas dignos de livros... pode parecer clichê, mas foi exatamente isso que eu senti.

Neste livro, a turma do Instituto de Londres continuam atrás de Mortmain, que sequer dá as caras, em nenhuma página! Achei sacanagem isso, mas ele (ou Cassandra Clare) deve estar tramando uma entrada triunfal para Princesa Mecânica. O mais impressionante é que eles descobriram muita coisa, mas ainda há muitos segredos a descobrir! Qual é, sempre tem uma carta (ou um baralho inteiro) escondido na manga!

Pessoalmente, adoro a escrita da Cassandra Clare: fácil, fluída e instigante. Descritiva, mas sem exageros e floreios. Ela dá um jeito de nos envolver na história, e quando se vê, já não pode mais largar o livro. As personagens foram incríveis, todas criaram e fortificaram suas personalidades, desenvolveram suas histórias. Tessa Gray em nada é parecida com a outra heroína de Cassandra Clare, a Clary. Felizmente, porque duas Clary ninguém aguenta!

Jem foi o meu amorzinho do livro todo... Gentil, carinhoso, completamente humano. Ele pode parecer um pouco artificial no início, mas depois de uma reviravolta, ele se torna mais querido ainda! <3 O Will me chateou bastante no começo, com aquela tal de maldição que foi levemente furada. Mas depois... Eita. Já não sei mais qual deles deve ficar com Tessa. Os outros foram tão bons quanto: Charlotte (mostrando que a mulher é mais esperta e quem manda! Força feminina, avante!), Henry (que finalmente resolveu acordar!), Sophie e Gideon (<3)

Agora é esperar por Princesa Mecânica, que chega amanhã para mim (também emprestado da Geisi)... E vamos ver como será esse desfecho!

xoxo, Nat

P.S. - Gostei tanto do livro que estou pensando em comprar a trilogia... Quem sabe? :D
P.S. 2 - Eu tirei algumas fotos do livro para mostrar os brilhos da capa... Mas ficaram tão horríveis que desisti de pôr aqui. :(

23/07/2014

{Resenha} A mulher do viajante no tempo - Audrey Niffenegger

Livro: A mulher do viajante no tempo
Autora: Audrey Niffenegger
Editora: Suma de Letras
Páginas: 453

"Henry sofre de um distúrbio genético raro. De tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele se vê viajando no tempo, levado a momentos emocionalmente importantes de sua vida tanto no passado quanto no futuro. Causados por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. A cada viagem, ele tem uma idade diferente e precisa se readaptar mais uma vez à própria vida. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação."

Meu primeiro contato com a autora foi através do livro Uma estranha simetria, no início deste ano. Um dos únicos livros que eu não gostei, mas li até ao fim. A premissa era interessante, mas o foco se perdeu durante a narrativa e chegou a ser um tanto quanto bizarro. Eu com certeza não leria outra publicação dela.

Após ler algumas resenhas de A mulher do viajante no tempo, os comentários me surpreenderam. Ao comparar os dois livros, diziam que nada tinham de parecido. Não seguiam o mesmo estilo, a mesma lógica. Isso me deu um "clique", e após relutar um pouco, no fim de junho, acho, peguei emprestado na biblioteca. E, os resenhistas tinham toda razão. Não há nada de Uma estranha simetria em A mulher do viajante no tempo. Eu provavelmente não diria que os livros são da mesma autora.

Neste livro, o núcleo é em torno de Henry e Clare. O enredo nos leva por suas histórias, a partir do momento em que Clare encontra Henry na biblioteca. Ela o conhece desde criança, mas ele não faz ideia de quem é a mulher. Nos capítulos seguintes então Henry viaja pelo passado de Clare, da sua infância até a adolescência. Até passado e futuro se encontrarem.

A escrita, descritiva porém agradável, simples, de Audrey Niffenegger, segue os mesmos padrões, com alternância de narrações entre Henry e Clare. Apesar de ter levado quase um mês inteiro para ler, foram necessários apenas três dias para que eu fosse da metade ao fim do livro. É uma história envolvente, para ser lida com calma, para sentir bem a passagem do tempo.

As situações impostas aos personagens são muito comuns, com exceção da viagem no tempo de Henry. Aliás, o distúrbio genético que causa essas viagens é explicado no livro, com razões bem pensadas, mas ainda assim algumas situações são complicadas de entender. A viagens do início do livro me deixarem bem perdidinha; só entendi depois de muita leitura.

Os personagens são bem definidos e seguem com algumas características que determinam a maior parte das ações. Todos são bem apresentados e com uma relação afetiva/familiar descrita com não muitos detalhes (este não é o foco, afinal). O final foi incrivelmente bem bolado, e, bem, não chorei. Gostei do livro, embora ele não tenha me despertado nada de especial. Uma boa leitura, para ler sem expectativas - o ideal é ir descobrindo aos  poucos a história toda.

xoxo, Nat

26/06/2014

{Resenha} Os garotos corvos - Maggie Stiefvater


Livro: Os garotos corvos (O Ciclo dos Corvos #1)
Autora: Maggie Stiefvater
Editora: Verus
Páginas: 376

Todo ano, na véspera do Dia de São Marcos,­ Blue Sargent vai com sua mãe clarividente até uma igreja abandonada para ver os espíritos daqueles que vão morrer em breve. Blue nunca consegue vê-los — até este ano, quando um garoto emerge da escuridão e fala diretamente com ela. Seu nome é Gansey, e ela logo descobre que ele é um estudante rico da Academia Aglionby, a escola particular da cidade. Mas Blue se impôs uma regra: ficar longe dos garotos da Aglionby. Conhecidos como garotos corvos, eles só podem significar encrenca. Desde que se entende por gente, as médiuns da família dizem a Blue que, se ela beijar seu verdadeiro amor, ele morrerá. Mas ela não acredita no amor, por isso nunca pensou que isso seria um problema. Agora, conforme sua vida se torna cada vez mais ligada ao estranho mundo dos garotos corvos, ela não tem mais tanta certeza. 

Eu não esperava nada menos que "perfeição" deste livro. Sou fã de carteirinha (não sei se ainda se usa esta expressão, estou usando agora) da Maggie, um dos livros que sempre coloco como favorito, A Corrida de Escorpião, é dela; além da adorável e fofa série Os Lobos de Mercy Falls (falta só o terceiro da trilogia para leeer). Já conheço boa parte do trabalho da Maggie, e tinha muita, muita fé em Os garotos corvos.

Sério. Poderia ser melhor?

É uma história tão original quanto A Corrida de Escorpião (ACdE). Não existem clichês, romances de adolescente fofinhos, ou destino. Não há destino, há o que há, os fatos e a magia. Caramba, nunca em um livro a magia foi tão explícita, reverenciada e temida/ nunca foi tão mágica. Stiefvater usa uma mitologia/magia da qual eu nunca tinha ouvido falar antes e, talvez por isso, muita gente reclamou que havia pouca explicação e que teve de procurar informações na internet para compreender bem sobre as Linhas Ley. Mas o básico para o entendimento é o conceito, que aparece várias vezes em diálogos (não quero dar detalhes porque é spoiler).

Acho que nunca vou conseguir definir muito bem a escrita da autora. É delicada, meio poética, e neste livro teve nuances macabras e mágicas; é incrível como ela consegue adaptar sua escrita ao tipo de livro. Em Calafrio ela conseguiu traduzir o sentimento frio e triste da história. Bem, ela é fantástica.

Adoro essa lombada! <3

Os personagens foram um espetáculo a mais. Blue foi muito parecida com a Puck de (novamente) ACdE: personalidade, respostas sarcásticas, a família meio estranha mas muito querida, os primeiros namorados... Eu gostei muito do Adam no começo, ele era o tipo de garoto simpático e tímido com quem simpatizei de cara. Mas quando o livro foi chegando no final... Eu queria bater nele, gritar umas verdades na cara do Adam e sacudir um pouco pra ver se raciocinava alguma coisa. Desgostei.

Mas o Gansey... Ah, que amor! ^^ Ele tem tudo para ser o tal badboy, mas não é! É o melhor amigo, faz de tudo pelo Adam e pelo Ronan, tem uma obsessão esquisita e maníaca (sei que obsessão já é maníaca, então pensa como é), bonito e carismático. É ele quem dá o ar especial ao livro. E o Noah... bem, ele é Noah. Adoro como ele é fofinho (do jeito amigo) com a Blue.

Preciso dizer que recomendo? ;)

15/06/2014

{Resenha} A Escolha - Kiera Cass

ESTA RESENHA CONTÉM SPOILERS DE A SELEÇÃO E A ELITE. 
ALERTA DE MEGA SPOILER!


Livro: A Escolha (A Seleção #3)
Autora: Kiera Cass
Páginas: 352
Editora: Seguinte
"A Seleção mudou a vida de trinta e cinco meninas para sempre. E agora, chegou a hora de uma ser escolhida. America nunca sonhou que iria encontrar-se em qualquer lugar perto da coroa ou do coração do Príncipe Maxon. Mas à medida que a competição se aproxima de seu final e as ameaças de fora das paredes do palácio se tornam mais perigosas, América percebe o quanto ela tem a perder e quanto ela terá que lutar para o futuro que ela quer. Desde a primeira página da seleção, este best-seller #1 do New York Times capturou os corações dos leitores e os levou em uma viagem cativante ... Agora, em A Escolha, Kiera Cass oferece uma conclusão satisfatória e inesquecível, que vai manter os leitores suspirando sobre este eletrizante conto de fadas muito depois da última página é virada."
Sim, cheguei ao fim da trilogia! E pensar que eu nem mesmo tinha esperanças de um dia lê-la; é ótimo ter amigos leitores que emprestam livros. ^^

Não vou fazer uma prévia do livro porque a sinopse ali em cima já conta bastante. E, como já dee ter ficado claro, tem spoiler para dar e vender nesta resenha. Eu não queria colocar muitos, mas os principais pontos que eu quero dar destaque/reclamar/criticar envolvem spoilers. Sinto muito. Então antes de ler este post, pode olhar a resenha de A Seleção que eu fiz e ver alguma de A Elite lá no Skoob, porque sorry, me esqueci de fazer do segundo livro. ;)

Apesar dos comentários que li/ouvi, gostei muito mais da America neste livro do que no anterior. Pelo menos ela fez a sua escolha amorosa e não teve mais a ladainha de triângulo amoroso. E, sinceramente, ela estava um porre em A Elite. Era a tipica mocinha que tem dois caras maravilhosos aos seus pés, e que está em dúvida, não sabe em quem confiar... aff, clichê. As outras concorrentes ganharam um foco especial, de que gostei um pouco. Fez elas parecerem mais humanas, não só super competitivas pela coroa e pelo Maxon. E a maior surpresa foi... Celeste. Sim! Ela teve uma enorme mudança de comportamento, que foi pra lá súbita e estranha, mas eu gostei. (Início de spoiler) Por que diabos ela morre no final??????? (Fim de spoiler).

Maxon: melhor impossível, Ele ainda é fofo, acredita na America e aceita ela não só como possível amor eterno como também como amiga. A cena quando encontra Aspen e America juntos foi meio forçada (ele ouve tudo o que ela diz, az o que America quer, e aí não dá a mínima para o que ela diz justo ali?), mas nada muito descabível. Aspen continuou na mesma, não gosto, não me importei muito com ele. Fez seu serviço, teve um final meio ruinzinho, poderia ser melhor.

(Início de spoiler) Tudo okay que a Anne morreu, mas não mostraram como ela ficou quando descobriu que a Lucy e o Aspen estavam juntos? Ela sabia ou nunca soube? (Fim de spoiler) Achei que a Rainha teria um papel maior, dada a sua importância, e apesar de ser clichê, achei que o rei mudaria no final, que ele tivesse uma revelação sobre o filho no momento em que morre, coisa assim. Acho que ficou bem claro que o livro é clichê até na alma (e não que seja ruim por isso. A situação política foi mais desenvolvida, mas ficou um pouco confusa sobre quem era mal de verdade, porque antes eram uns, e depois eram outros. A situação das castas ficou no que já estava. Achei injusto que, apesar de lutarem tanto pelo povo, este não teve uma participação grande, ou sequer recebeu muito foco.

Lombada invertida de novo. :( 

Essas foram minhas opiniões gerais, e apesar de serem não muito positivas, o livro é bom. A escrita da Kiera Cass é impecável, rápida e leve; assim como a edição da Editora Seguinte. Quanto capricho, não vi nenhum errinho de ortografia! Sem falar nas capas... acho que nunca vi capas tão lindas! ^^

23/05/2014

A menina que roubava livros, de Markus Zusak

A menina que roubava livros
Markus Zusak
Editora Intrínseca
480 páginas

"Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Assombrada por pesadelos, Liesel Meminger compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.
A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra.  A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto - e raro - de crítica e público."


Eu realmente não queria escrever esta resenha. É quando gostamos muito de um livro, gostamos muito mesmo, e aí temos medo de falar sobre ele. De que nossos sentimentos sejam um tanto quanto pequenos em relação à eles quando colocados em palavras. Eu acho, ainda, que esta resenha não será uma boa ideia.

Mas vamos às palavras:

É isto mesmo. O livro A menina que roubava livros trata das palavras. Cita-as várias vezes. Liesel Meminger, a personagens principal, uma menina da guerra, é apaixonada pelas palavras. E também as odeia. As palavras destroem, sussurra-se, e de novo e de novo. E também sabem salvar.

Também é sobre a guerra, a que se tornou a 2° Guerra Mundial, e que devastou tanto as pessoas que talvez nunca seja capaz de deixar de existir nas pessoas. Eu não estive lá (não nesta vida, pelo que sei), mas agora há um pouco dela em mim também. Os nazistas, os judeus, os alemães que são os nazistas e os judeus. Estes, que fazem parte da pátria, mesmo que esta os tenha repudiado. E há um novo olhar sobre a guerra. Todos os alemães apoiam a guerra? Ja oder nein? Nein. Liesel não apoiava a guerra. Ela tinha um amigo judeu, que era seu amigo por conta de promessas de outra guerra e um acordeão. E um endereço.

É a história dos livros, de cada um, junto de suas palavras impregnadas nas páginas. Quantos posso citar? O Assobiador, que me lembra vagamente dos vários livros de Agatha Christie. O Manual do Coveiro: o primeiro livro ninguém nunca esquece. E nem a neve, o trem, os olhos vazios.

Ah! Talvez eu devesse por as palavras antes, mas bem, aqui vão elas:
Esta resenha contém spoilers.

Mas talvez eles só sirvam para quem já começou a ler, ou para quem já está no comecinho da leitura.

É a história de Liesel. E Hans e Rosa. O quase atleta e adorável Rudy Steiner, Max Vandenberg, escritor e segundo melhor amigo de Liesel. Acho que o primeiro sempre será Rudy. Eu queria que fosse. E Frau Hotzapfel (que, notei singularmente, tem apfel escrito no nome. Apfel é maçã em alemão, mas o resto do sobrenome eu desconheço o significado), com, lá vai spoiler, seus filhos de guerra. Todos ali, naquelas páginas, são filhos da guerras. Seus corações nasceram dela, moldaram-se aos seus costumes e a ela se entregaram. Alguns. Os mais resistentes, porém, não se deixaram levar pela guerra. E a guerra os leva à morte.

Pois é. A morte. Dona Morte, como as dos quadrinhos. Não pensem, por favor, que estou "diminuindo" a Morte do livro de Liesel. Pelo contrário. Ela é tão humana, tão explicitamente humana, que o mais próximo que consigo chegar de um exemplo é a Dona Morte. Que aparecia nas historinhas, mas que nunca me deu medo. Como a Morte. Eu me compadecia por elas, criava um apreço pequeno, mas que estava lá. Consegui me aproximar um pouco mais da narradora de A menina que roubava livros, e ela foi a melhor personagem do livro todo.

Para não falar da escrita de Markus Zusak. Me lembrou, já quando estava avançando na leitura, da escrita de uma das minhas escritoras favoritas, Cornelia Funke. Poética, com notas suaves de palavras bonitas, mas que nunca, nunca deixam de ter um sentido autêntico. Quero dizer, nestas palavras, que cada letrinha que o autor deixou lá tem o seu papel no livro. Assim como as palavras dos livros de Liesel tinham importância para ela, cada uma das palavras de Markus Zusak ficou comigo, e talvez fiquem para sempre.

E... chorei. Quando quase todas as pessoas morreram. Acho que as pessoas certas ficaram para contar o resto da história, mesmo que, bem... Foi uma guerra. Pessoas certas também morrem. Não estou feliz com este pensamento, embora ele seja levemente reconfortante. Por algum motivo.

Li A menina que roubava livros no momento certo. Quando tinha lá meus doze anos, peguei uma vez na biblioteca para ler. Comecei, mas não fui nem até a metade. Durante a semana, enquanto estava lendo o livro rejeitado de pelo menos quatro anos atrás, percebo que não tinha maturidade para ler. Quero dizer, eu leria numa boa, mas nunca marcaria tanto quanto agora. Nunca faria tanto sentido as palavras de Markus, ou da Morte, ou de Liesel, para mim.

12/05/2014

{Resenha} O Clã dos Magos - Trudi Canavan

 Livro: O Clã dos Magos (A Trilogia do Mago Negro #1)
Autor(a): Trudi Canavan
Editora: Novo Conceito
Páginas: 446

"Todos os anos, os magos de Imardin reúnem-se para purificar as ruas da cidade dos pedintes, criminosos e vagabundos. Mestres das disciplinas de magia, sabem que ninguém pode opor-se a eles. No entanto, seu escudo protetor não é tão impenetrável quanto acreditam. Enquanto a multidão é expurgada da cidade, uma jovem garota de rua, Sonea, furiosa com o tratamento dispensado pelas autoridades a sua família e amigos, atira uma pedra ao escudo protetor, colocando nisso toda a raiva que sente. Para o espanto de todos que testemunham a ação, a pedra atravessa sem dificuldades a barreira e deixa um dos mágicos inconsciente. Trata-se de um ato inconcebível, e o maior medo da Clã de repente se concretiza: uma maga não treinada está à solta pelas ruas. Ela deve ser encontrada, e rápido, antes que seus poderes fiquem fora de controle e destruam a todos."


Eu estava absolutamente empolgada com este livro. Quero dizer, magos? Reviravoltas? Magia! Poderia ser melhor? Bem, poderia.

Acontece que, desde o começo da história toda, a premissa é ótima. De prender o fôlego. Só que, ao decorrer da narrativa, a narração é um tanto quanto lenta, e as coisas vão acontecendo aleatoriamente, sem um roteiro bem definido.  Acho que essa parte do suposto "improviso" era para entrar mesmo no enredo... o único problema era que não parecia ir para frente. Às vezes, mais no início do livro, dava uns saltos de um lugar para outro, e precisava ler devagar para entender bem. 

Os personagens, pelo menos, eu gostei. Sonea parece com uma ratinha assustada no começo, mas ao longo do livro ela vai se mostrando corajosa. Sempre preocupada com seus tios e com Cery, é claro. Cery é o típico mocinho, de olho em Sonea, primeiro agindo como um irmão mais velho, mas logo dá na cara que gosta mesmo de Sonea. E, para salvá-la da perseguição dos magos, se une aos Ladrões.

Eles são um tipo de máfia da favela, mas não que prejudicam exatamente o povo, só quando um ou outro desavisado entra em seu caminho. Cery tinha sido acolhido por um Ladrão quando mais jovem, e por isso tinha lá um e outro contato. Sinceramente, achei que eles teriam um destaque maior  - explicando como funcionava tudo direitinho, "o sistema de Ladrão". Mas isso ficou de lado, e, penso eu, que eles seriam bem legais se tivessem uma participação maior.

Do lado dos magos, não fiquei tão empolgada. Rothen, o mago que não é do mal, é ótimo, mas não tem muito carisma. Gostei dele, tem princípios e também se preocupa com Sonea - não com o que o descontrole dos poderes dela podem causar, mas com o que o descontrole pode fazer a ela.  Dannyl parece mais com um aprendiz do que com um mago, apesar de ser especialmente inteligente. 

Enfim, o livro teve enrolação o suficiente para uma história, e tudo o que me prendeu para lê-lo foi o fato de ser muito interessante e prometer muitas reviravoltas e magia. Infelizmente estas não acontecem com frequência, mas quando aparecem... É tão legal! E o final foi muito, muito empolgante: quando estava tudo dando errado... Chega a cavalaria para salvar todo mundo! :)  Ainda vou ler a continuação, mas com um pé a trás.

Já leram? O que acharam do livro/resenha?

05/05/2014

{Resenha} A Seleção - Kiera Cass



Livro: A Seleção
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Páginas: 368

"Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças de dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes. Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar..."

Eu a-do-rei o livro!

Tem uma narrativa fluída, leve e carismática. Os personagens são muito característicos e marcantes - e com isso quero dizer que cada um têm um ponto mais forte que se sobressai. *spoiler* Ashley não deveria ter sido mandada embora.*spoiler* Aspen é idiota, sempre. Acho que nunca antipatizei tanto com um personagem que não era vilão. Já com Maxton... ele não é a melhor pessoa do mundo, mas sempre corrige seus erros e tenta fazer o melhor possível. Impossível não amá-lo! America, como protagonista, eu esperevava que fosse um pouco avoada ou melosinha. Ainda bem que não: é muito determinada, simples, e forte, muito cabeça-dura também em relação à Maxton e muito coração-mole com Aspen. Deveria ser o contrário.

Apenas alguns pontos deixaram um pouco a ver:

  • Situação política não muito desenvolvida. 
  • A coisa das castas também não. Acho que era para ser tipo os distritos de Jogos Vorazes, mas não ficou muito bem definida. 
  • Qual é o segredo da Marlee? (E eu sempre leio Marlene, como em Divergente.) Ela deveria ter um final feliz, com um cara legal. 
Queria que May (irmã mais nova da America) aparecesse mais, ela parece uma mistura de Marlee (eufórica e alegre) com America (gênio forte e artista). E tão legal! Ou talvez por ela ser a irmã mais nova, sempre me identifico com essas aí. Porque eu mesma sou a caçula da família (não é o caso da May, ela tem outro irmãos, mas enfim).

Essa foi a resenha, que ficou mais curtinha porque faz um tempinho já que eu li. Ainda bem que, seguindo os conselhos da Sora Seishin, anotei depois da leitura alguns pontos, que foram os que eu coloquei aqui na resenha. Espero que tenham gostado! :)